6 personagens do folclore brasileiro

Cuca, Saci, Boto, Boitatá, Iara, Curupira e muito mais. Seus professores de português com certeza já devem ter falado deles. São diversos os personagens do folclore brasileiro que compõem a identidade nacional.

Frutos de lendas que foram contadas de geração para geração, os personagens são diversos e as histórias representam a pluralidade do Brasil. Com narrativas indígenas, africanas e portuguesas, muitas vezes misturadas, os contos podem até variar, de acordo com a região do país.

O que este artigo aborda:

Personagens do folclore brasileiro Personagens do folclore brasileiro
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Fonte da imagem: Pixabay

O que é folclore?

Parte da cultura popular, o folclore é formado por uma mistura de lendas, brincadeiras, festas e manifestações artísticas e culturais que são passadas de geração para geração. Foi o movimento nacionalista do Romantismo, no século XIX, que fez com que o folclore brasieliro passasse a ser estudado.

Depois, com o Modernismo do século XX, o interior do Brasil passou a ser o foco, idealizado como a verdadeira brasilidade. Mário de Andrade foi um grande contribuidor com o estudo do Folclore Brasileiro.

A preservação do patrimônio folclórico é, inclusive, protegida pela Constituição de 1988. São manifestações do folclore brasileiro:

Veja alguns exemplos do folclore brasileiro:

  • Festa Junina
  • Folia de Reis
  • Carnaval
  • Catira
  • Frevo
  • Literatura de Cordel
  • Maracatu
  • Samba
  • entre outros

Quais são os personagens do folclore brasileiro?

Retratados por escritores de renome, como Monteiro Lobato, e ganhando até mesmo o protagonismo na série brasileira Cidade Invisível, disponível na Netflix, os personagens do Folclore Brasileiro possuem ricas características. Veja seis que com certeza marcaram história.

1. Saci-Pererê

O Saci está entre os personagens mais conhecidos do folclore brasileiro. Marcado pelas suas travessuras, ele pode variar de meio metro de altura a mais de três metros, a depender da região que conta a história.

Na lenda, o saci é negro, possui uma perna só, um gorro vermelho e fuma um cachimbo. Ele era mais conhecido por incomodar os cavalos, que eram encontrados pelas manhãs com nós e tranças em suas crinas.

Estudos mostram que a lenda do Saci surgiu entre o fim do século XVIII e começo do século XIX, na região Sul do Brasil, entre os índios guarani. A influência na região foi tão grande que se espalhou por outros países sul americanos, como a Argentina, Uruguai e Paraguai, onde é conhecido como yacy-yateré.

2. Cuca

Apesar do retrato de Monteiro Lobato, onde Cuca era um jacaré de cabelos loiros, a lenda coloca essa bruxa como uma velha com feições assustadoras e com pura maldade no coração.

Nas histórias e cantigas de ninar, a Cuca é a responsável por sequestrar crianças desobedientes, espreitando as casas durante a noite para encontrar os pequeninos que não dormiram na hora certa.

Essa lenda veio da Península Ibérica e provavelmente foi trazida pelos portugueses e espanhóis.

3. Boto

O Boto, ou Boto cor-de-rosa, é uma lenda muito conhecida na região Norte do país. O mito conta que o boto se transforma em um homem sedutor, engravidava mulheres e as abandonava, voltando ao rio em sua forma animal.

Foi uma tradição popular muito utilizada para explicar os filhos sem pai, que ficaram conhecidos como filho(a) do boto.

Essa lenda teve início no século XIX e está presente em outros países, como Argentina, Chile e em alguns locais da Europa.

4. Boitatá

José de Anchieta também foi o primeiro a relatar sobre o Boitatá, no século XVI. A lenda conta que este ser mítico era uma cobra de fogo com muitos olhos e que protegia os campos.

A descrição dessa lenda foi uma forma de explicar o fogo-fátuo, que hoje se sabe que se trata de uma chama que surge de forma espontânea na decomposição de matéria orgânica.

A variação dessa lenda muda de acordo com a região do país. Em Santa Catarina, o Boitatá é um touro gigante com um olho na testa. No Rio Grande do Sul, acreditava-se que ele comia os animais que atravessavam o seu caminho.

5. Iara

Iara, ou mãe d’água, é uma sereia conhecida por seduzir homens que estavam em navegações nos ou à beira dos rios e levá-los para baixo d’água.

A história conta que ela era uma filha de pajé que tinha habilidades para se tornar uma guerreira. Enciumados, seus irmãos tentaram matá-la, mas ela acabou tirando a vida dos dois.

Para puní-la, seu pai decidiu lançá-la entre os rios Negro e Solimões. Salva por peixes, Iara se transformou durante a lua cheia.

6. Curupira

O primeiro relato registrado da Curupira remonta ao período colonial do Brasil, em 1560. É a lenda mais antiga do Brasil, relatada, inclusive, por José de Anchieta.

 O ser mítico que possui os cabelos de fogo e os pés virados ao contrário é um protetor das florestas que enfrentava caçadores e quem ameaçava derrubar as árvores.

Esta lenda também tem origem indígena, mas no Norte do país, principalmente no Amazonas e Pará. A definição de curupira pode variar. A mais conhecida é que a palavra significa “corpo de menino”, mas também há quem a defina como “coberto de pústulas” ou “pele de sarna”. Mas as histórias e personagens do folclore brasileiro não param por aí. Por muito tempo, essas lendas serviram para educar e até mesmo explicar fatos que não tinham muita explicação. O fato é que a cultura popular brasileira é riquíssima e vale a pena conhecer.

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